Como Se Faz Uma Indústria Forte e Competitiva

CONAENGE » Eficiência » Indústria Forte e Competitiva

APRENDENDO COM O SETOR AUTOMOTIVO

As indústrias precisam – cada vez mais – estar atentas as tendências do mercado e sobre o turnover que possui índices jamais vistos na história, pois índices elevados de turnover, juntamente com falta de metodologia e registros, colaboram de forma significava para o insucesso de empresas que não estão bem estruturadas.

Falando de área técnica, não que o setor automotivo seja o parâmetro único para nível de qualidade, mas, a indústria automobilística é um típico exemplo de responsabilidade com a qualidade e confiabilidade de produtos e processos. Se não houvesse uma norma como a IATF 16949 (International Automotive Task Force) – que é uma especificação técnica ISO que alinha as normas dos sistemas de qualidade automotiva existentes – dificilmente as peças automotivas, por exemplo, seriam intercambiáveis, mesmo sendo comercializadas e montadas em diferentes países ao redor do mundo. Resultantes disto, cases do setor citado já são consolidados e servem como base para aplicação em outras empresas.

Não se incentiva copiar metodologia ou aplicar processo idêntico a qualquer indústria automobilística, e, sim, que se analise o que pode ser aplicado no processo que se deseja evoluir, de tal forma que se garanta um nível superior de execução dos processos ou entrega dos produtos e, nunca, criando excesso de burocracias que engessem desnecessariamente as atividades.

RECOMENDAÇÃO

Recomenda-se no mínimo que seus processos sejam comparados com controles do setor automobilístico, porque muitas vezes você chegará a conclusão que não precisa aplicar um FMEA (Failure Mode and Effects Analysis), por exemplo, porque poderá tornar seu processo menos ágil. Porém, se aplicar um 5W2H (What? Why? Where? When? Who? How? How Much?) poderá resolver problemas na causa raiz. Também, se fizer estudos de capabilidade poderá elevar a qualidade do processo e produto, reduzindo índices de quebras, melhorando outros indicadores e, por conseguinte, resultando em um OEE (Overall Equipment Effectiveness) superior. Então, o desafio está em implantar o que agrega valor ou que produzirá índices superiores na manufatura.

O segredo do sucesso para estabilização de níveis confiáveis de processo e de uma crescente maturidade de atuação com a fabricação se dá em como você documenta, obtém os dados de seu processo e como os trata. De novo, parecido com o exemplo de FMEA, você pode não aplicar CEP (Controle Estatístico de Processos) fielmente no seu processo produtivo, porém, se você tratar alguns dados criando correlação de variáveis poderá descobrir detalhes de variáveis na sua manufatura nunca notados antes.

Você entende? É necessário o estudo de diversas soluções e a partir destas haver um poder de sintetização para levar em frente somente opções viáveis. Pratique isso com sua equipe, treine, aplique, repita até que seja inerente na atuação de cada profissional.

Para se fazer uma indústria competitiva é necessário que você, profissional, invente/reinvente e aplique as melhores práticas de forma personalizada a sua realidade.

Fábrica Automotiva - Indústria

A indústria automobilística é um excelente parâmetro para análise de novas metodologias em indústrias de diversos outros segmentos.

RETENDO O CONHECIMENTO NA INDÚSTRIA

Outro aspecto a ser um ponto de atenção para você é a rotatividade dos colaboradores nas empresas, conhecido como turnover, é um fato já detectado por profissionais e que gera um tremendo retrocesso em incontáveis indústrias. Isso mesmo, por não saber reter o conhecimento e fazer a gestão do mesmo, perde-se toda uma curva de aprendizado que foi gerada em muitos profissionais e cria-se um obstáculo para se atingir nível superior de maturidade entre processo e experiência dos profissionais.

Hoje em dia as novas gerações não procuram mais um emprego em que se aposentem dentro da mesma empresa, muitos profissionais, de um perfil mais atual, estão menos apegados à construção de uma carreira dentro da mesma empresa e com uma preocupação imensa em suas realizações pessoais e profissionais e, quando estas não são atendidas conforme suas expectativas, facilmente trocam de emprego. Bom, este assunto poderá ser tratado em um próximo artigo, pois é um tema com ampla discussão. Esta breve introdução aqui sobre o turnover deve ser refletida e o que fica aqui como mensagem, também, é que deve ser analisado com criticidade o quanto uma indústria retrocede quando perde talentos sem ter históricos de processos, testes, melhorias ou quaisquer que sejam as informações que tenham relevância e que somente estavam com esses profissionais.

REFLEXÕES FINAIS

A indústria deve se proteger dos riscos e deve ter um processo robusto! Para isso, nada melhor do que ter documentado de forma detalhada resultados de estudos, testes, medições e que os mesmos estejam sempre à disposição para consulta posterior para verificação de informações ou para ser base de novas melhorias. Sem dúvida, a maior parte do conhecimento de um profissional não pode ser documentada, mas se muitas de suas ações forem registradas facilitará o serviço do próprio profissional como de tantos outros que poderão sucedê-lo. A maturidade de um produto ou processo está diretamente ligada à quanto uma empresa realmente dedica esforços e cria condições para melhoria contínua.

“Nós somos o que fazemos repetidamente, portanto, EXCELÊNCIA não é um ato, mas sim, um HÁBITO.”

Aristóteles

Inscreva-se no 6º Congresso Nacional Online de Engenharia Mecânica e Automação! (de 06 a 08/10/2025)