As 7 Ferramentas da Qualidade
O que são as 7 Ferramentas da Qualidade?
O lançamento de produto requer que o mesmo seja disponibilizado ao mercado no momento adequado, mesmo porque – e quase sempre – o ciclo de vida de um produto não é tão longo e este é um dos motivos porque se deve acertar o timing. A maioria dos produtos passa pelas etapas de introdução, crescimento, maturidade e declínio e busca-se sempre – e na maior parte possível do tempo – que o período de crescimento de vendas e maturidade seja ampliado, visto que tal acontecimento poderá gerar incrementos no produto ou mesmo criar receita para novos lançamentos.
Fases do Ciclo de Vida do Produto
Você sabe qual é um dos grandes problemas quando empresas querem lançar produtos com rapidez no mercado e não possuem os recursos adequados? O principal problema é o lançamento prematuro de produtos que muitas vezes ainda não têm o nível adequado de qualidade ou mesmo que ainda não atingiram um nível de confiabilidade aceitável da função do produto. Com isso, o produto não gera uma evolução nas vendas pelo nível inadequado de qualidade e confiabilidade de suas funções.
Entende-se por qualidade aquele atributo que atenda a função prevista e que o cliente o considere adequado. Por exemplo, provavelmente, amantes do Off Road não buscam como principal atributo o design dos veículos 4×4, e sim que a robustez de cada projeto seja correspondida na prática nas exigências de suas trilhas. Agora, atributos como o funcionamento perfeito do guincho não podem deixar de funcionar quando necessário. Então, a qualidade está totalmente associada com a função do produto e ao que o cliente final espera do atributo pelo qual comprou o mesmo.
As 7 Ferramentas da Qualidade
Então, é fundamental que cada fabricante determine o seu nível de qualidade adequadamente e o monitore para que tenha certeza que seu produto está sendo entregue conforme esperado. A melhor forma de certificar a qualidade é utilizando as 7 Ferramentas da Qualidade porque gera ações e tomadas de decisão baseadas em métodos experimentados e comprovados.
É hora de conhecermos as tão famosas 7 Ferramentas da Qualidade:
- Fluxograma
- Folha de Verificação
- Diagrama de Ishikawa
- Histograma
- Diagrama de Pareto
- Diagrama de Dispersão
- Carta de Controle
1. Fluxograma
Através do fluxograma é documentado o fluxo de qualquer processo de uma empresa, independente se a mesma atua com produto ou serviço. Também, sempre que é realizado o mapeamento de processos em uma empresa, resulta em um fluxograma para documentação do fluxo de processos.
Todo processo deve ser bem definido e com as etapas estabelecidas. As etapas são identificadas no fluxograma através de caixas que possuem significados diferentes conforme a sua representação no processo. O fluxograma deve estar claramente no conhecimento dos profissionais que atuam em uma empresa e, se possível, que esteja sempre visível para o incentivo da gestão à vista.
Fluxogramas: devem sempre ser expostos e permitir que os profissionais que atuam com produto e/ou serviço os tenham à vista
2. Folha de Verificação
É a principal ferramenta utilizada para tomadas de decisão porque permite a checagem da frequência de resultados ou parâmetros no processo. Não há um padrão estabelecido de Folha de Verificação e cada empresa deve construí-la conforme sua necessidade.
Um dos usos da Folha de Verificação, também chamada de Lista de Verificação ou Controle (Checklist), é para avaliar limites de processos e para que os mesmos tenham seus limites documentados na especificação do componente ou produto. Ainda, aplica-se para avaliar a frequência de amostragem ou teste de determinado componente, visto que componentes com menos confiabilidade precisarão de um acompanhamento mais rigoroso até que se trabalhe em melhoria do processo e que se atinja níveis desejados no processo, fase chamada de estabilidade.
A Folha de Verificação é utilizada junto com diversas outras Ferramentas da Qualidade
3. Diagrama de Ishikawa
Ferramenta muito utilizada para o descobrimento da causa raiz de problemas. Geralmente o Diagrama de Ishikawa é elaborado após a realização de um brainstorming. Todas as ideias (possíveis causas) que foram citadas no Brainstorming são organizadas no Diagrama e classificadas em uma de suas categorias que são 6: Método, Máquina, Meio Ambiente, Medida, Material e Mão de Obra.
Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa ou Espinha de Peixe)
Uma vez que as possíveis causas estejam dispostas no diagrama, faz-se a abertura em subcausas para posteriormente se definir um plano de ação efetivo para a solução do problema, geralmente a partir da metodologia dos 5 porquês.
4. Histograma
O histograma representa um conjunto de dados que equivale a uma classe ou frequência de amostragem. Com isso, é possível entender como o processo se comporta dentro de determinado período de tempo.
Note que as 7 Ferramentas da Qualidade conversam entre si e muitas vezes servem de base uma para a outra, como é o caso do Histograma que pode ser construído a partir de resultados obtidos em uma Folha de Verificação.
Histograma para determinação do tempo para produção de peças em função do número de operários
5. Diagrama de Pareto
Este diagrama está intrinsecamente vinculado à Lei de Pareto, também conhecida como Princípio 80-20, a qual diz que 80% dos problemas advêm de 20% das causas, e, com isso, trata-se este percentual menor para obter um resultado efetivo.
É uma representação gráfica e já comprovada de priorização para solução de problemas, que podem ser sobre perdas, defeitos, reclamações, etc.
A utilização do Diagrama de Pareto permite que se gaste energia e recursos para a solução de problemas somente com o que realmente tem impacto para a corporação.
Gráfico de barras representando os dado numéricos para tomada de decisão
6. Diagrama de Dispersão
Serve para identificar a relação entre duas variáveis e tem uma ampla utilização na validação de processos e no entendimento de como determinada variável se comporta.
Imagine que se queira validar determinado processo e entender se alguma dimensão possui correlação com alguma outra como no caso, por exemplo, da usinagem de um componente. Será que a tolerância de uma dimensão ultrapassa o limite da especificação quando a temperatura excede determinado valor? Este é um exemplo real de onde se pode aplicar a correlação de variáveis e a partir disso atuar com planos de ações para que a especificação do produto se mantenha conforme.
Gráfico que Demonstra a Correlação de Duas Variáveis
7. Carta de Controle
Para a utilização desta ferramenta deve-se definir a variável que se quer medir, a frequência de medição da variação e quais são os limites (inferior e superior) da variável. A Carta de Controle é utilizada no CEP (Controle Estatístico de Processo).
Uma vez que os dados da carta de controle acompanhados no processo sejam inseridos no gráfico, é possível perceber a tendência do dimensional ao longo do tempo. Também, na ocorrência de instâncias fora dos limites, é necessário a intervenção e ações para que o processo se estabeleça dentro das tolerâncias propostas.
Carta de Controle que demonstra instâncias (em vermelho) fora da especificação
Comentários Finais
Conclui-se que manter a especificação de um produto ou serviço e seus níveis de qualidade é uma tarefa que exige metodologia e disciplina. É por isso que ao longo de décadas as Ferramentas da Qualidade têm seu uso cada vez mais ampliado, não importando o segmento de empresas e do que estas ofereçam ao mercado. Ainda, a utilização das 7 Ferramentas da Qualidade permitem um aprendizado contínuo para equipes e o aprimoramento de produtos e serviços de uma forma sistemática e robusta.
“Sem dados você é apenas mais uma pessoa com uma opinião.”
William Edwards Deming
