A Importância da Imersão Industrial Para a Maturidade de um Setor de Engenharia

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CONTEXTO ATUAL DA ENGENHARIA

Embora os setores de engenharia sejam estruturados, estes muitas vezes não geram o resultado esperado para as indústrias, e em razão disso, ocorre a mudança de profissionais da equipe a curto ou médio prazo e, também, uma incessante expectativa de que a nova estrutura será diferente, porém, a causa raiz da maioria do problema não é somente a capacidade técnica de cada profissional, e, sim, frequentemente está na forma como a empresa administra os recursos humanos e materiais e como os integra dentro da organização.

Um bom gerenciamento dos recursos humanos deve ser feito a partir do entendimento que, por mais que um engenheiro ou projetista, por exemplo, tenha muita experiência, ele precisa entender peculiaridades do processo para atuar com efetividade na solução dos problemas. Também, sabe-se que a cobrança por resultados é cada dia maior e, geralmente, ao tentar acelerar processos e entregas a qualidade do trabalho é afetada. Por isso – principalmente na área técnica – se os problemas não forem atacados na origem certamente voltarão a acontecer e afetarão a qualidade de produtos e processos e, até mesmo, a margem de lucratividade da corporação.

É a combinação do conhecimento teórico destes profissionais, juntamente com o entendimento do processo fabril, que permitirá uma sinergia para que as atividades sejam executadas com êxito. Imagine a combinação de engenharia com um profundo conhecimento do produto ou processo no detalhe – resultados concretos e efetivos são os únicos resultados que podem ocorrer.

“Se todas as pessoas estão avançando juntas, então o sucesso se encarrega de si mesmo.”

Henry Ford

Quando se fala em integração entre setores e performance na manufatura, não se pode excluir as pessoas que estão trabalhando na operação e, principalmente, aquelas pessoas que estão há mais tempo trabalhando em um ramo ou processo específico, pois são elas que conhecem os detalhes de cada processo.

Agora, vamos às perguntas que frequentemente escuto em indústrias: – Se tal pessoa está na empresa há tanto tempo porque o problema persiste? – Por que determinados problemas não cessaram e continuam afetando o processo produtivo?

Certamente você já ouviu em algum lugar sobre equipe multidisciplinar e, na maioria dos casos, somente uma equipe multidisciplinar conseguirá sanar problemas de forma efetiva, uma vez que é o conjunto de conhecimentos e experiências que permitirá a análise de cada possibilidade e também a definição da criticidade. Muitas empresas passam anos com os mesmos problemas porque não os tratam de forma sistêmica. Um bom exemplo é de que dificilmente uma análise pode ser feita a partir de somente um profissional, pois é necessário o conhecimento de diversas áreas. Somente assim será possível ter uma visão mais global e uma análise realmente aprofundada para a solução de problemas.

Diagrama de Causa e Efeito, Ishikawa ou Espinha de Peixe - Engenharia

Figura 1 – Diagrama de Causa e Efeito, Ishikawa ou Espinha de Peixe – é utilizado na análise de soluções de problemas.

Como você pode ver no diagrama acima, são necessários conhecimentos de diferentes áreas para a análise e discussão de problema. O tão famoso diagrama acima faz parte das Ferramentas da Qualidade e foi criado pelo Engenheiro Químico Kaoru Ishikawa no ano de 1943. É bem possível que uma das áreas do diagrama não tenha impacto considerável na solução do problema. No entanto, é através de metodologia – como o diagrama citado – que suposições antes não consideradas, muitas vezes são descobertas, e outras suposições são confirmadas como as de maior impacto e que devem ser tratadas prioritariamente.

CONCLUSÃO

Se o setor de engenharia tem um distanciamento do processo produtivo ou não visita a fábrica regularmente, este está correndo sérios riscos, perdendo imensas oportunidades de melhorias e ainda está tendo mais perdas na manufatura do que se pode imaginar. O ideal é dar liberdade e recursos para que os engenheiros e projetistas estejam sempre acompanhando etapas do processo produtivo, acompanhando testes no detalhe e não somente delegando a atividade para áreas de apoio. Quando for possível sentir que a maturidade dos profissionais está em um nível mais elevado, e que os mesmos têm domínio e segurança para discutir pormenores do processo, os profissionais da engenharia poderão “soltar a corda” devagar, fazendo menos acompanhamentos, porém, sempre atentos e nunca deixando a sinergia entre setores enfraquecer. É esta sinergia que criará um círculo virtuoso gerando resultados financeiros para a corporação e também um patamar mais elevado de clima organizacional.

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